sexta-feira, 15 de maio de 2020

A banda do Momento: Guidi Vieira

Guidi Vieira lançou, em 2020, o CD Outra língua, produzido pelo guitarrista Pedro Costa. O CD é o primeiro trabalho solo estritamente autoral da cantora após lançar "Temperos"(2014).

A artista encontra em um álbum simples e direto, de tamanha sinceridade e entrega em suas composições, a união formosa do encontro Rock/MPB. Hoje ela se torna "a banda do momento" e nos conta sobre o nome artístico e a carreira solo: "Eu resolvi usar meu apelido de infância (Guidi - vem de Ingrid) desde a época do Pic-Nic, banda na qual cantei por seis anos. Daí só acrescentei o sobrenome para a carreira solo. 

Fazer um trabalho solo veio como uma forma de me resguardar, acho, após o término dessa minha banda: assim eu sei que meu trabalho solo não iá "acabar", uma vez que depende apenas de mim. Mesmo assim nada impede que algum dia eu volte a ter uma banda, mas manter um trabalho solo concomitante é fundamental."
Uma mente criativa, essa artista apresenta uma ótima performance, e gostamos da sua superação nestes dias de COVID-19:"Lancei o meu segundo CD solo em dezembro, e desde lá fiz apenas dois shows: os shows que eu pretendia fazer em 2020 não poderão acontecer. Assim, meus planos mudaram. Estou aproveitando, então, este tempo em casa para escrever e musicar minhas letras. Extravasar a criatividade é o que me dá mais satisfação, na verdade, e felizmente tenho conseguido fazer isso. Também fiz duas lives nas últimas semanas, como uma forma de exercitar este formato de apresentação, voz e violão. Gostei, e pretendo fazer duas por mês, enquanto durar esta reclusão."

Guidi Vieira revela suas principais individualidades musicais: "O que tenho são minhas experiências, únicas, que transformo em canções. Felizmente, todos nós temos vidas e vivências únicas, impossíveis de fraudar. É preciso utilizar isso, sem medo do ridículo, ou com medo, mesmo. E de preferência evitar a comparação, porque às vezes é isso que nos puxa para longe de nós mesmos -- mas é um exercício difícil. Somos viciados em olhar para o lado."

E as suas influencias que enriquecem suas composições? "Hoje em dia o rock e a MPB andam de mãos dadas comigo, eu acho. Cresci ouvindo rádio e vendo MTV. É uma bagunça total: ouvi muito Blind Melon, Oasis, Led Zeppelin, mas também Jorge Benjor. Tenho minhas dúvidas se qualquer um desses artistas é visível-audível na música que faço. Eu diria que não."
(Carol Brandão)

A cantora acusa um importante ponto de nossa música nacional: "Eu arriscaria dizer que não me identifico com nenhum dos artistas que está no mainstream brasileiro, atualmente. Não ouço nenhum, nenhum deles me atrai nem pela música, nem pela personalidade, que eu me lembre. É o exato contrário dos artistas independentes: estes são os mais ousados que tenho visto em muitos anos. Acho que o Brasil nunca foi tão fértil em bandas e cantores solo. "

Hoje conversamos com Guidi Vieira, uma grata surpresa que chegou em nossa caixa de e-mail. E ela nos apresenta seu cartão postal musical: "Uma das canções que mais curtem nos shows é "Pelas frestas", parceria minha com a Clara Gurjão. Esta geralmente fecha o show, e o clipe dela foi o que mais teve alcance, também. Acho que isso acontece porque a programação dela ficou muito bacana, e a melodia foi uma das que mais gostei de fazer. Diria que ela tem um misto de malícia e diversão."

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