De Campinas e Indaiatuba, São Paulo, DefCon4 é a banda do momento, apresentando seu recente single, "7 Palmos".
O novo single da Defcon4 é altamente impactante e explosivo. Quero dizer, a banda tem a receita de como fazer Metal de qualidade cantando em bom português. A letra não tem palavras difíceis, e a banda faz um excelente som instrumental característico do New Metal.
Existe bem claro uma brasilidade tribal no som, principalmente na reta final da música, com o tom do baixista elevado, caracterizando total o peso do groove metal. É som para balançar bastante a cabeça, e deixar o público esperando pelo disco completo.
E hoje tivemos o prazer de entrevistar a banda, em nosso quadro, que busca apresentar as melhores bandas do cenário independente. Fabinho Santos, vocalista, Guto Lui, baixista, Bruno Paulinetti, guitarrista e Igor Silva, baterista, formam o quarteto musical de peso.
Todos os integrantes responderam nossas questões, e assim vamos utilizar da palavra de cada um, e começamos pelo vocalista da banda:
Fabinho: "Defcon4, em resumo, é um código de alerta máximo de periculosidade. Eu acredito que a situação do mundo está sob este alerta, tanto economicamente, na geopolítica e agora com pandemia mundial, fora a questão de nossas composições tocarem na ferida e dizer muita coisa que as pessoas evitam dizer. Associa-se o Defcon4 com todo esse universo de visões objetivas, mas que pode ser também subjetivas, dependendo de quem interpreta."
Guto toma a palavra, relatando como anda os projetos da banda:
"Acabamos de lançar nosso primeiro single “7 Palmos”, que está tendo uma repercussão surreal. O público está se identificando bastante com a sonoridade da banda e com a mensagem das letras. Estamos prestes a lançar o lyric vídeo desse single e estamos bolando um roteiro para um videoclipe, enquanto trabalhamos nos próximos singles."
Quando perguntados sobre as particularidades da banda, resolvemos colocar aqui a resposta de ambos os integrantes:
Fabinho: "Difícil... somos uma banda particular e peculiar, pois buscamos trazer uma mensagem direta com o som mais original possível; digo o mais original possível porque todas as bandas seguem influências, não é diferente com o Defcon4, porém, tentamos ir a fundo em nossas raízes e apresentar o melhor de nós. Uma característica que nós temos e que muita banda não tem é o fato de não nos importamos com o mainstream e fazermos do nosso jeito."
Guto: "Primeiramente o resgate da sonoridade vanguardista de bandas que influenciaram muito os anos 70, como Black Sabbah e Led Zeppelin, passando pelos anos 80 com os Beastie Boys e Depeche Mode, e por fim a geração anos 90, com Nirvana, Korn e Deftones. Além do resgate vanguardista, acredito que a banda faz um som muito atual e moderno, com um balanço que podemos chamar de groove metal, que dificilmente encontramos em outras bandas atualmente."
Bruno: "Acredito que a DF4 traz uma mistura diferenciada de elementos de bandas de um metal mais moderno ou o próprio, como Djent (Periphery, Veil Of Maya, Unprocessed), bandas de heavy, thrash, e até prog (Deftones, Slipknot, Slayer, Gojira), criando uma sonoridade pesada e agressiva, mas com uma boa técnica e riffs complexos!"
Igor: "Procuramos misturar a bagagem musical e gostos dos integrantes, pois os quatro são de gerações diferentes. Assim, nos esforçamos para criar algo moderno, mas com influências clássicas, o que fica bem evidente no single “7 Palmos”, claramente influenciado por nomes como Sepultura e Korn."
E qual é a opinião dos artistas sobre a cena musical? Eles nos contam:
Fabinho: "É complicada essa análise. Por conta de quesitos culturais, temos bandas independentes de rock incríveis no Brasil, mas não são subsidiadas; nem as bandas e nem a cena. Isso enfraquece muito o rock brasileiro. O que vemos em alta no Brasil ainda é o Funk e Sertanejo e as pouquíssimas bandas que se pode considerar mainstream no Brasil são aquelas que entraram na mídia um dia, que cantam coisas melosas e falam de relacionamentos, do ponto de vista romântico, coisa que o Defcon4 é totalmente diferente. Só podemos lamentar por sons como o nosso não ter o alcance que o Funk, Sertanejo e bandas do mainstream têm, e seguir nosso caminho."
Guto: "Acredito que tem muita coisa boa por vir ainda, mas o cenário está ofuscado, soterrado sob muita merda que vem ganhando visibilidade na internet. Acredito também que não houve uma “reciclagem”, como podemos ver no mainstream brasileiro."
Bruno: "Acho que a música, como caráter básico da situação sociocultural de qualquer país, reflete diretamente o pensamento e situação brasileira. Vemos muitos estilos cada vez mais parecidos com o que vem de fora (incluindo o nosso próprio). Isso denota uma grande influência em vários sentidos do que vem de fora, e às vezes promove a ideia de desvalorização do que vem de dentro. Pode-se explicar isso com a decepção que temos cada vez mais com a população brasileira e seus governantes, visto que grande parte dela se encontra em situação de marginalização. Músicas como Funk, Rap, e outros estilos derivados (não desmerecendo de forma alguma qualquer estilo citado) fazem grande parte na cena atual (visto que se originam desses lugares)."
Igor: "Se formos falar do rock / metal, temos várias bandas boas, mas não estão ganhando reconhecimento que deveriam."
A cozinha da banda, o baterista Igor, finaliza então nossa conversa comentando o cartão de visitas da banda para escutarmos agora:
Igor: "Acredito ser a “7 Palmos” mesmo, porque ela tem uma atmosfera de "chegamos, estamos aqui”. Para mim representa certo tipo de exorcismo, pelo fato de fazer toda a correria pra nos formarmos como banda, o estresse, as preocupações, os sentimentos reprimidos."
Vida Longa ao Defcon4
ResponderExcluirSucesso....
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